O coach e escritor Tiago Brunet afirmou, durante um podcast, que os exemplos bíblicos de homens ricos mostram que houve “obstinação” e “obsessão” pela riqueza, e que só depois da conquista a bênção divina foi colocada sobre a fortuna.
Em participação no podcast O Conselho, de Flávio Augusto, Tiago Brunet disse que a Bíblia demonstra na prática que aqueles que ficaram ricos dedicaram suas vidas a isso:
“O que a sabedoria milenar fala sobre riqueza? Principalmente quem é religioso e está me assistindo confunde muito riqueza com bênção divina. Ou seja, ‘Deus quis, Deus me abençoou, Deus abriu as portas’. Biblicamente não é assim. A riqueza não está ligada, inicialmente, à bênção divina. É no final que isso entra”, diz o coach.
Para Brunet, a riqueza é, de maneira “insubstituível e indiscutível na Bíblia” uma conquista pessoal: “É a obsessão e obstinação por aquilo que você quer. Todo mundo que a Bíblia coloca como riquíssimo – Abraão, ficou riquíssimo; Isaque, prosperou tanto que o rei da terra começou persegui-lo por inveja; Jacó enriqueceu mais, mais e mais – o que eles têm em comum? Todos eles queriam isso. Não tem nenhum que falou assim ‘Caramba, do nada Deus me mandou um dinheiro aqui’. Todos eles perseguiram, essa é a palavra, a riqueza”.
‘Mamom é demônio’
O pastor e teólogo Victor Fontana gravou um react ao vídeo de Tiago Brunet, afirmando que o ensinamento do coach é problemático do ponto de vista das Escrituras: “A sabedoria milenar do texto bíblico é bem enfática quando a questão é obsessão por ficar rico. Obstinação, perseguir, ficar riquíssimo – usando as palavras do Tiago”.
“Paulo, orientando Timóteo, diz que o amor ao dinheiro é a razão de todos os males. Não é a raiz de um mal, dois ou três males. É a raiz de todos eles”, sublinhou Fontana.
O pastor presbiteriano fez questão de destacar que o problema não está no dinheiro, mas no amor a ele: “Como alguém pode ser obcecado por dinheiro, por ficar rico, sem amar o dinheiro? É uma coisa que eu gostaria de saber. O apóstolo Paulo é bem consistente nesse tipo de mensagem, não titubeia, não é contraditório. Se ele diz isso para Timóteo, aos nossos irmãos colossenses, no capítulo 3 da carta, ele chama de idolatria a ganância”.
“O teor central do ensino que o Tiago está trazendo para essa mesa de podcast, à luz do texto bíblico, é uma mensagem muito problemática que Paulo coloca na linha da idolatria. […] Ganância é um problema também lá em Efésios 5”, acrescentou.
Por fim, Fontana destaca que “Jesus chama obsessão por dinheiro de um demônio, mamom”, e que a natureza dessa obstinação e obsessão pela riqueza esconde um coração pecador: “Mais uma vez a idolatria está ali no meio. É um grande problema”, conceituou.