A situação dos cristãos que vivem na Colômbia não é nada fácil. Não é por acaso que o país latino ocupa a posição de número 47 na lista mundial de perseguição religiosa, elaborada anualmente pela organização internacional Portas Abertas.
Isso porque a igreja evangélica no país tem sido alvo frequente de ação criminosa dos ex-guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), uma organização paramilitar que apesar de dissolvida oficialmente em 2016, continuou atuando nas sombras através dos membros espalhados nas regiões remotas do país.
Segundo o pastor Nelson González, da cidade de Buenaventura, o evangelismo cristão tem sido encarado como um inimigo dos traficantes das FARC, visto que mediante a conversão a Cristo, muitos jovens abandonam o tráfico e mudam de vida, causando baixas na autoproclamada “guerrilha revolucionária marxista-leninista”.
“A proclamação do evangelho nunca foi fácil, mas em nossa região é uma questão de vida ou morte. No entanto, não paramos”, disse o pastor à Portas Abertas. “A Palavra de Deus é poderosa e mudou a vida de tantos jovens, que deixaram grupos ilegais e agora lideram projetos da Igreja”.
O nome verdadeiro de González precisou ser modificado por razões de segurança, pois ele é um dos muitos líderes que atuam em uma igreja evangélica local alvo de ameaças constantes dos traficantes.
A transformação provocada pelo evangelho nos locais dominados pelo tráfico não afeta só o crime organizado, mas também os costumes religiosos associados à feitiçaria.
“É por isso que os grupos ilegais geralmente perseguem esses líderes cristãos, eles os matam ou os forçam a voltar”, disse o pastor, se referindo aos ex-traficantes convertidos que se tornaram líderes evangélicos.
“Eles usam todo tipo de estratégias para atrair jovens para organizações criminosas, como promessas de dinheiro, motocicletas e mulheres, além de bruxaria”, destacou o líder religioso, segundo informações do Evangelical Focus.