A organização Portas Abertas, que monitora os índices de perseguição religiosa aos cristãos em várias partes do mundo, divulgou um relatório chocante sobre os métodos de tortura e exploração aos cristãos perseguidos em várias partes do mundo, informando que a violência sexual é uma dessas práticas.
Citando diversos casos, como o de Rita, que viveu na cidade de Qaraqosh, no Iraque, aos 26 anos, e foi vendida e comprada quatro vezes, antes de ser liberta em 2017, a organização aponta como extremistas islâmicos tratam a mulher como um objeto de posse.
“Os terroristas do EI enxergam as mulheres como bens que podem comprar, vender e torturar por desobediência”, disse Rita, após ter passado quatro anos sofrendo espancamentos, estupros, escárnio, intimidação e isolamento.
Outro caso bastante conhecido foi o de Esther, que aos 17 anos foi sequestrada e permaneceu entre os muçulmanos do Boko Haram, após um ataque na aldeia de Gwoza, no estado de Borno, Nigéria.
Por se recusar a negar a fé em Jesus, Esther também foi estuprada diversas vezes. Anos depois do seu sequestro ela foi libertada, retornando com uma filha, a Rebeca, para sua comunidade original. Todavia, os próprios moradores da comunidade a desprezaram.
“Eles chamaram meu bebê de ‘Boko”, disse Esther em outro testemunho amplamente divulgado.
“Em todo o mundo, os cristãos são alvos não apenas por causa de sua fé, mas também de seu gênero. Como Aisha, Maizah, Rita e Esther, um número crescente de mulheres cristãs enfrenta dupla vulnerabilidade: porque elas adoram a Jesus e porque são mulheres”, diz a Portas Abertas.
“Em 59% dos 50 países pesquisados, a agressão sexual foi descrita como uma característica comum à perseguição religiosa e 47% disseram que o estupro também era comum em relação à identidade cristã do cristianismo ou à escolha da fé”, explica o texto.
A perseguição também é generalizada em outros contextos, de forma velada e explícita, nas ruas, por muçulmanos extremistas e outros que desrespeitam a liberdade religiosa das mulheres cristãs, que segundo o relatório sofrem duas vezes mais intolerância do que os homens.
“A perseguição dirigida às mulheres é muitas vezes levada a cabo de uma forma que leva à vergonha, ao isolamento, à discriminação e à dor. Ao desconectar as mulheres de suas comunidades, elas se tornam mais vulneráveis”, destaca a organização.
“Assim como Esther, cujos avós não queriam recebê-la de volta depois de ser mantida em cativeiro pelo Boko Haram. A vergonha de sua experiência levou ao isolamento e à discriminação”, conclui.