O grupo extremista Boko Haram, que segundo o idioma falado ao norte da Nigéria significa “a educação ocidental ou não-islâmica é um pecado”, continua atacando aldeias e templos cristãos em várias partes da África. Dessa vez, uma comunidade cristã localizada na cidade de Roum, ao norte de Camarões, foi completamente incendiada por eles.
Amós e Esther, um casal de idosos de 60 anos que vive no local testemunhou o momento do ataque, contando como fizeram para se esconder dos agressores. “Peguei minha esposa pela mão e corremos para o complexo, onde nos escondemos no ponto mais longe que podíamos alcançar”, disse o ancião, Amós.
“O fogo não havia chegado lá dentro ainda, então esperávamos que eles não continuassem incendiando tudo”, explica, destacando que sua expectativa foi frustrada, pois os militantes do Boko Haram quiseram realmente destruir todo o local onde estavam.
“Eles foram exatamente para os fundos, onde estávamos nos escondendo. Eles gritavam e olhavam para ver se havia alguém lá dentro. Mas olharam só de um lado, não olharam no lado onde estávamos. Foi Deus que nos salvou. Graças a Deus, eles não nos viram”, lembra Amós.
A intenção dos islâmicos radicais foi destruir toda a estrutura do local, incluindo casas e também o templo cristão, onde a comunidade se reunia para adorar a Jesus Cristo como Único e Suficiente Salvador.
“O fogo devorou tudo, até os arquivos da igreja, o telhado, as paredes. Nós perdemos tudo”, disse um líder local. A organização Portas Abertas, que monitora os índices de perseguição religiosa em vários países do mundo, informou que ao menos 237 mil pessoas já tiveram que fugir de suas casas por conta dos ataques do Boko Haram.
“Visitamos cerca de 300 famílias afetadas pelos ataques de janeiro e fevereiro e, graças ao apoio de nossos parceiros, pudemos distribuir ajuda emergencial entre eles”, comunicou o órgão.