Apesar do número de mídias de comunicação ser cada vez maior, a liberdade de pensamento e expressão parecem estar se tornando menores, e isto porque alguns poucos veículos, como o YouTube, detém quase a totalidade do que é publicado na internet.
Uma vez que poucos veículos correspondem pelo maior número de conteúdos produzidos e lançados na rede, eles terminam colocando em risco a liberdade de opinião do grande público, por exemplo, ao estipularem regras que não são consensuais, como a definição do que é “discurso de ódio”.
O ex-transgênero Walt Heyer, fundador do Sex Change Regret, sabe exatamente o que é isso, pois ele foi vítima de censura ao ter um dos seus testemunhos excluído do YouTube, após o conteúdo ser classificado pela plataforma como “discurso de ódio”.
“Estou diante de você com um corpo mutilado, com uma vida que foi destruída de várias maneiras, redimida por Cristo certamente, mas destruída porque fui afirmado e dito como bonita e maravilhosa”, disse Heyer ao falar do seu passado como transgênero.
“E fui a um terapeuta de gênero que disse: ‘Tudo o que você precisa fazer é fazer uma cirurgia de transferência de hormônios’”, destacou, explicando que na verdade ele tinha uma condição psiquiátrica chamada “disforia de gênero”, ou “transtorno da identidade de gênero”, que é quando uma pessoa não se identifica psicologicamente com o seu sexo de nascimento.
YouTube se baseou em comentários?
O testemunho do ex-transgênero recebeu elogios, mas também críticas no Youtube. Até então, tudo faria parte da liberdade de expressão dos próprios usuários da plataforma, até que a empresa resolveu, aparentemente, levar em consideração apenas os críticos, removendo o vídeo por classificá-lo como “discurso de ódio”.
“Nossa política de discursos de ódio proíbe vídeos que afirmam que a sexualidade ou identidade de gênero de alguém é uma doença ou uma doença mental”, alegou o YouTube, segundo informações do The Federalist.
A empresa, que pertence ao Google, alegou que a suposta violação dos seus termos foi “sinalizada” pelos seus usuários. A diretora da Heritage Foundation, Emilie Kao, rebateu o YouTube, explicando que o testemunho de Heyer possui amparo científico, sendo a disforia de gênero uma definição presente na 5ª edição do Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais.
“O YouTube decidiu, sob o disfarce de ‘discurso de ódio’, censurar o ponto de vista daquilo que não gosta. Isso não ajudará crianças e famílias que lutam contra esse distúrbio que desejam informações de ambos os lados do debate”, disse ela.