O grupo terrorista Boko Haram, ligado ao Estado Islâmico, atacou novamente no estado de Plateau, na Nigéria, no último final de semana, deixando 65 pessoas mortas e outras 10 feridas.
Parte dos ataques ocorreram durante um funeral, onde 23 pessoas foram assassinadas, e outra durante o confronto direto com os membros do Boko Haram, que resultaram na morte de mais 42 pessoas.
Os extremistas muçulmanos do Boko Haram ocuparam os estados do Norte da Nigéria nos últimos 10 anos, tendo como objetivo implantar a legislação islâmica da Sharia. Dessa forma, os cristãos se tornaram os principais alvos dos terroristas, uma vez que são vistos como “ímpios”.
Segundo informações da Portas Abertas, na mesma semana uma mulher grávida de seis meses e outra criança também foram assassinados. Margaret Wakili, 27 anos, da aldeia de Ancha, foi morta ao visitar o esposo em uma fazenda local.
Durante o assassinato de Margaret, os terroristas disseram “Allahu Akbar, nós matamos a infiel, precisamos matar mais”, informou o seu esposo, testemunha ocular do crime.
Outra testemunha dos ataques promovidos pelo Boko Haram informou que eles aparecem geralmente nos momentos de culto, deixando evidente que a intenção é mesmo combater os cristãos.
“Temos sofrido ataques diários de pastores fulanis em nossas comunidades, principalmente nos domingos e quintas-feiras durante dias de adoração ou dias de mercado, respectivamente. Eles querem nos expulsar a todo custo”, disse a testemunha cristã.
O ex-presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo, disse em uma carta aberta endereçada ao atual presidente do país, Mohammadu Buhari, que se o governo não tomar providências urgentes contra a escalada de crimes do Boko Haram, a população sofrerá um novo massacre, semelhante ao de Ruanda em 1994, onde 800 mil pessoas foram mortas.
A sequência de ataques do Boko Haram, segundo Olusegun, “pode inadvertidamente ou acidentalmente transformar-se em genocídio, como em Ruanda, que jamais acreditamos que pudesse acontecer”.
Segundo informações da CBN News, para tentar evitar novos ataques, alguns cristãos se disfarçam de muçulmanos, visando não chamar atenção para a verdadeira fé em Cristo.
“Em alguns estados do norte, um número crescente de cristãos está se vestindo como muçulmanos para tornar sua fé menos óbvia e reduzir as chances de ataques”, informou a emissora, reportando dados da organização Portas Abertas.
“Os jovens cristãos nesses estados freqüentemente não têm acesso ao ensino superior, e os cristãos foram solicitados a desistir de sua educação”, concluiu.