Em uma província chinesa, os cristãos estão sendo obrigados a realizar um registro em um aplicativo do governo para receber a permissão de participar dos cultos em suas congregações.
A situação dos cristãos na China vem se deteriorando em níveis sem precedentes nos últimos anos, e a mais nova denúncia se refere à província de Henan, onde o Departamento Religioso – uma espécie de secretaria de governo – impôs a nova regra.
Essa é a mesma província onde um pregador foi preso ano passado por comprar livros cristãos pela internet.
De acordo com a entidade ChinaAid, não há base legal para a nova exigência das autoridades da província. Os cristãos que quiserem o direito de ir a um culto precisam baixar o aplicativo “Smart Religion”. A medida se estende também a muçulmanos e budistas.
O cadastro no aplicativo exige informações como nome, número de telefone, documento de identificação (equivalente ao RG), comprovante de residência, ocupação profissional e data de nascimento. Depois de preencher todas os campos, os fiéis precisam aguardar para saber se foram aprovados para receber a permissão de ir aos cultos.
Os que são aprovados, precisam ter sua temperatura corporal medida antes de entrar no templo e apresentar um código do registro feito no aplicativo. Dessa forma, o governo controla até quantas vezes uma pessoa compareceu a um culto.
Há informações de que houve questionamentos ao governo da província sobre como cristãos idosos, que não têm familiaridade com a tecnologia dos smartphones, poderiam frequentar os cultos. O governo respondeu dizendo que equipes iriam auxilia-los a se registrarem.
O impacto da medida já pode ser notado pelos líderes das igrejas na região: houve queda no número de frequentadores dos cultos. Há tensão entre os fiéis, já que o governo comunista vem usando tecnologia de vigilância como Big Data, mapas e inteligência artificial no aplicativo.
A Missão Portas Abertas relatou uma degradação na situação dos cristãos que vivem na China. Em comparação com 2022, o país se tornou mais hostil, ocupando agora o 16° lugar na lista de 50 países que mais perseguem os seguidores de Jesus Cristo.