A família, apesar de milenar, continua no centro dos debates desde o mundo antigo, e não por acaso é alvo de grande preocupação por parte dos cristãos, já que ela também reflete a vontade de Deus para a sociedade, bem diferente do que disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dias atrás, ao associar os defensores do conceito familiar ao “discurso fascista”.
Durante a cerimônia de abertura do Foro de São Paulo, na semana passada, Lula afirmou: “Muitas vezes, a direita tem mais facilidade do que nós com um discurso fascista. Aqui, no Brasil, nós enfrentamos o discurso do costume, da família, do patriotismo”.
Ao completar sua fala, o petista disse que tais discursos sobre família, costume e patriotismo, para ele “fascista”, devem ser combatidos. “Ou seja, aqui nós enfrentamos um discurso de tudo aquilo que nós aprendemos a combater”, afirmou o presidente.
Origem maligna
Para Thiago Guerra, pastor da Igreja da Trindade, em São José dos Campos, São Paulo, a declaração do presidente da República constitui um ataque à família e possui origem maligna.
Em um artigo publicado no Coalizão pelo Evangelho, grupo do qual é Diretor Executivo, Guerra disse que “ao atacar a família”, Lula propaga um discurso que “se iguala ao projeto da serpente que desde o Éden tenta acabar com ela.”
“No último discurso do presidente Lula, nota-se um ataque à família. Esse ataque não é de hoje, vem ganhando espaço no discurso público há séculos, especialmente nas últimas décadas”, diz o pastor pouco antes de explicar o que, para ele, são os motivos dessa realidade.
“É interessante notar que por vezes o diabo aparece no contexto familiar nas Escrituras. Sua primeira aparição no Éden (Gn 3), depois Paulo o menciona no contexto familiar (1Co 7.5) e o apóstolo João narra a perseguição do dragão à mulher grávida (Ap 12)”, explica o pastor. “Atacar a família é coisa de tirano, a exemplo de Faraó e Herodes que atacaram crianças indefesas.”
Guerra, por fim, diz que não enxerga com surpresa a postura do atual presidente da República, já que ele mesmo já disse se sentir orgulho de ser chamado de comunista. Segundo o pastor, os movimentos ligados à esquerda são incompatíveis com o Evangelho de Cristo.
O líder religioso conclui dizendo que, apesar dos ataques, a família continuará resistindo aos tempos, pois é projeto de Deus. “Ela é a última barreira para que o Estado não seja soberano e governe sem limites e princípios. Em nossas casas o Estado não entra com seus valores e ideais”, diz o pastor.
“Todavia, sabemos que esse plano maligno está fadado ao fracasso. A promessa que temos é que habitaremos nos novos céus e nova terra não sozinhos, mas com a nossa ‘posteridade’. A família prevalecerá!”, conclui.
Lula admite combater família, costume e patriotismo como “discurso fascista”