Indicada pelo então presidente Donald Trump para a Suprema Corte dos Estados Unidos, a juíza cristã Amy Coney Barrett vem enfrentando ataques de discriminação, por parte de ativistas, por já ter declarado a sua fé em Jesus Cristo e se manifestado em defesa dos princípios conservadores.
Agora, por exemplo, ex-integrantes de um grupo chamado People of Praise (Povo de Louvor, em tradução livre) estão querendo que ela se recuse a julgar um caso envolvendo membros da comunidade LGBT.
“Não acredito que alguém na posição dela, que seja membro deste grupo, possa deixar esses preconceitos de lado, especialmente em uma decisão como a que está por vir”, declarou a ativista Maura Sullivan ao The Guardian.
O caso LGBT
A ação que os ativistas querem que a juíza cristã deixe de julgar envolve Lorie Smith, proprietária de uma empresa de design gráfico online. Ela se recusou a fazer um projeto envolvendo solicitações para a criação de sites de casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Por causa disso, Smith se tornou alvo de uma ação judicial que, na prática, tenta lhe obrigar a fazer um serviço que vai de encontro aos seus valores, incluindo a sua fé. Trata-se do caso que ficou conhecido nos EUA como 303 Creative LLC v. Aubrey Elenis.
É sobre ele que o ativismo LGBT quer que a juíza cristã se declare impedida de julgar. Contudo, segundo Jonathan Entin, professor de direito constitucional da Case Western University, Amy Coney Barrett não tem a menor obrigação de abdicar do seu direito de julgamento.
“Os juízes da Suprema Corte têm pontos de vista e estão conectados com muitas organizações, muitos grupos em geral”, disse ele, explicando que é natural que os magistrados tenham posições diversas, já que elas refletem os valores de parte da sociedade.
De acordo com Paul Collins, outro jurista que atua como professor de estudos jurídicos e ciências políticas da Universidade de Massachusetts Amherst, o fato de Amy ser uma juíza cristã é parte do que ela é, assim como outros juízes também têm as suas crenças distintas.
Segundo Collins, se os argumentos do ativismo LGBT fosse levados a sério, isso “impediriam muitos juízes de ouvir casos sobre quaisquer questões que envolvam remotamente a religião”, disse ele, conforme informações da Fox News.