A perseguição religiosa aos cristãos que vivem na China vai muito além do regime comunista autoritário que patrulha e tenta ditar vida dos seus cidadãos em todos os aspectos. De acordo com a organização Portas Abertas, ela também vem por meio do radicalismo islâmico local, através do povo uigure, ou “uigur”.
Isto significa que os cristãos chineses são duplamente perseguidos: de uma parte, pela ditadura comunista, e da outra pelos radicais muçulmanos uigures! O cenário é ainda mais difícil quando se trata de um cidadão uigure convertido a Jesus Cristo.
Neste caso, além da perseguição estatal, o cristão uigure também sofre com a intolerância do seu próprio povo que o despreza pelo fato de ter se tornado cristão. “O islamismo radical, praticado em algumas regiões, tem colocado cristãos em situação de perseguição e vulnerabilidade”, diz a Portas Abertas.
“Se um convertido do islamismo é descoberto pela família ou comunidade, geralmente é ameaçado ou agredido fisicamente — tudo em um esforço para levá-lo de volta para a fé original. Vizinhos podem relatar qualquer atividade cristã para as autoridades ou chefe da vila, que deve agir para parar os cristãos.”
Insegurança total
Por meio de uma carta, um pastor uigure local contou detalhes de como a Igreja tem sofrido na região, dizendo que “tornou-se inseguro para nossos irmãos e irmãs se encontrarem em grupos, pois estão sendo vigiados e podem ser questionados pelas autoridades a qualquer momento.”
“A igreja começou a se dispersar e os obreiros deixaram a igreja e voltaram às suas atividades seculares”, lamentou o líder religioso. O que também chama muita atenção, nesse caso, é que os uigures também são vítimas de intolerância religiosa praticada pela ditadura comunista da China.
Ou seja, o que deveria servir de lição sobre o que não fazer, parece estar sendo um exemplo: perseguir, intimidar, denunciar e punir! O líder cristão uigure lamenta profundamente e pede orações à Igreja mundial:
“Sentimos que não estamos unidos, insignificantes e dispersos. Sempre que vamos visitar nossos parceiros, pedimos com carinho que orem e intercedam por nossa terra para que o Senhor nos guarde e abençoe, e que Ele libere e revele Seu poder e força”, disse ele à Portas Abertas.
“Peço sinceramente a quem se depara com este pedido de oração que ore a Deus para nos enviar trabalhadores na vinha. Somos um corpo, independentemente de nossas nacionalidades. Por favor, ore para que Ele continue a fortalecer quem Deus escolher para ficar e servir nesta área”, conclui.