Um grupo de entidades conservadoras se uniu para formar uma coalizão permanente contra a censura promovida por gigantes da tecnologia, como Facebook, Twitter e Google, incluindo sua plataforma de vídeos, YouTube.
Na última semana, o Media Research Center (“Centro de Pesquisa de Mídia”, em tradução livre) anunciou a criação do grupo Conservatives Against Online Censorship (“Conservadores Contra a Censura Online”), junto a outras 18 entidades conservadoras de relevância nos Estados Unidos.
A iniciativa é uma das mais contundentes desde que as denúncias de censura contra grupos e indivíduos conservadores se tornaram mais constantes. De acordo com o MRC, o foco da nova coalizão será chamar a atenção para a questão da censura política nas redes sociais, fazendo pressão nas empresas que controlam as principais mídias.
A missão do CAOC (sigla em inglês do grupo) será cobrar transparência, com sistemas abertos para que as empresas possam ser responsabilizadas enquanto lidam com questões de privacidade; Clareza sobre ‘discurso de ódio’, pois se as empresas não podem dizer aos usuários o que é discurso de ódio, então não devem tentar regulá-lo; Igualdade de condições para os conservadores, pois as empresas de mídia social precisam abraçar a diversidade do ponto de vista; e defesa da liberdade de expressão e do livre exercício da religião, princípios considerados inegociáveis e presentes na Constituição dos Estados Unidos.
“A mídia social é a forma de comunicação mais expansiva e revolucionária da atualidade. São esses fatos que fazem da censura política online uma das maiores ameaças à liberdade de expressão que já vimos. Os conservadores devem ter a mesma capacidade de expressar suas opiniões políticas e ideias da memsa forma que os liberais, sem o medo de ser reprimido ou censurado”, disse Brent Bozell, presidente do Media Research Center, em um comunicado.
Bozell acrescentou que “o debate significativo só acontece quando ambos os lados recebem igualdade de condições”, e que por isso o que acontece com conservadores atualmente pode ser considerado censura.
“A liberdade de expressão, independentemente da inclinação ideológica, é algo que os americanos prezam. O Facebook, o Twitter e todas as outras empresas de mídia social devem reconhecer isso e trabalhar para corrigir essas preocupações, a menos que queiram perder credibilidade com o movimento conservador. Como líderes desse esforço, estamos lançando essa coalizão para garantir que as recomendações que apresentadas em nome do movimento conservador são cumpridas”, acrescentou Bozell.
Uma das primeiras ações do MRC na coalizão em defesa do conservadorismo foi o envio de cartas para o Facebook, Twitter, Google e Youtube, na semana passada, pedindo a cada empresa para tratar de reclamações e iniciar um diálogo sobre como eles podem trabalhar para recuperar a confiança dos conservadores.
No entanto, de acordo com o MRC, apenas o Facebook havia emitido uma resposta formal. A emissora Christian Broadcasting Network (CBN) consultou a direção da empresa liderada por Mark Zuckerberg sobre o assunto, e recebeu uma curta nota oficial que pontua iniciativas internas para estabelecer um equilíbrio de liberdade para conservadores e liberais.
“Queremos que o Facebook seja um lugar onde a expressão e a segurança pessoal sejam protegidas e onde as pessoas também possam discutir livremente diferentes pontos de vista. Já estamos trabalhando com o ex-senador republicano Jon Kyl e a Heritage Foundation para obter feedback externo. Esse feedback nos ajudará a melhorar ao longo do tempo – garantindo que possamos atender às pessoas de maneira mais eficaz no Facebook”, disse a nota da empresa, enviada por e-mail.