No domingo passado, Asma Masih, de 25 anos de idade, morreu após ter sido queimada viva em um ataque na porta da sua casa. O motivo da sua morte, segundo informações do Pakistan Today, foi porque a jovem que é cristã, se recusou à casar por obrigação com um muçulmano.
Masih trabalhava como empregada doméstica no Paquistão, mas o ataque ocorreu em sua casa. Ela ouviu alguém lhe chamar na porta e quando atendeu, foi surpreendida por um homem que lhe ateou fogo utilizando produtos químicos. O pai da jovem, Yaqoob Masih, estava presente no momento do ataque e ainda viu “Rizwan Gujjar fugindo da cena enquanto Asma estava em chamas”, disse ele.
A motivação do crime foi confirmada pelo sub-inspetor da Polícia Civil paquistanesa, Muhammad Riaz. Ele disse que Guijar confessou o ataque e foi preso: “Nós preparamos os documentos necessários e o enviamos para a cadeia”, informou.
Essa não é a primeira vez que um muçulmano ataca uma mulher cristã por intolerância religiosa. Esse é um problema que o Paquistão, considerado o terceiro país mais perigoso do mundo para os cristãos viverem, enfrenta rotineiramente, apesar de existirem algumas leis de proteção, como a Lei Contra o Assédio às Mulheres no Local de Trabalho (Emenda) de 2010 e a Lei de Proteção às Mulheres Contra a Violência de 2015.
Apesar dos recursos judiciais, às leis ainda não são aplicadas como deveriam. “Elas [mulheres cristãs] são muitas vezes perseguidas e intimidadas em seu local de trabalho. Elas são frequentemente obrigadas a se converter ao islamismo e se casar com colegas muçulmanos”, disse Nasir Saeed, diretor da CLAAS-Reino Unido, uma organização humanitária cristã que visa auxiliar os cristãos no Paquistão.
Segundo Nasir Saeed, as cristãs são vistas como “mercadorias baratas” e sofrem consequências quando recusam à se casar com os muçulmanos:
“Se elas se recusarem, terão consequências terríveis. Às vezes, elas são sequestradas e convertidas à força ao Islã, e às vezes são atacadas com ácido. Esses casos estão se tornando questões cotidianas e a polícia quase não faz avanços, especialmente se a vítima é cristã”, disse ele, segundo o Pakistan Today.