O “culto dos príncipes”, liderado pelo pastor Claudio Mauri, o Brinco, foi destaque na sessão de comportamento do site da revista IstoÉ. Segundo o destaque da revista, na reunião Brinco “defende valores como a virgindade masculina antes do casamento e atrai centenas de fiéis”.
A reunião acontece a cada 15 dias no salão do Clube Olympico, em Copacabana, alugado pela Igreja Celular Internacional (ICI). No culto, que tem a entrada de mulheres proibida, os jovens ouvem conselhos e instruções de Cláudio Brinco sobre sexo, relacionamento amoroso e religião.
– Estamos tentando resgatar os valores que foram perdidos. Vamos andar na contramão do que o mundo dita – conclama Brinco, que já teve seus dias de mulherengo. Ele o menciona ainda a cunhada Sara Sheeva, que ministra celebração semelhante, mas direcionada exclusivamente ao sexo feminino: – A pastora Sara fala, com razão, que sou um ex-cachorrão.
O jornalista Wilson Aquino, que esteve na reunião no último dia 16, destacou que apesar de as reuniões normalmente lotarem, naquela quinta feira apenas 40 fiéis estavam presentes. Aquino afirma também que a palestra do pastor é repleta de frases de efeito, como por exemplo: “se a mulher quiser dar, foge porque não é princesa”. Ele destaca ainda que Brinco exibia a “Bíblia” para afirmar que sexo fora do casamento é pecado de fornicação, mas que pouco consultava o livro sagrado para falar aos fiéis.
O sucesso dessas reuniões foi comentado pela psicóloga e terapeuta sexual Margareth dos Reis:
– Numa sociedade tão erotizada, de repente falar em castidade acaba chamando a atenção – observa, ressaltando ser importante não criar uma normatização para a vida sexual. Segundo ela se esse modelo (de castidade) é coerente com aquilo que o casal acredita, é provável que faça bem.
O professor de ciência da religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Jorge Cláudio Ribeiro também comentou o assunto, afirmando que nesse modelo defendido no culto dos príncipes “é castidade antes do casamento e depois vai à forra”.
– Pastores e pastoras podem casar e sabem o que é relação sexual. O que não é o caso da Igreja Católica, que defende o sexo somente para procriação – destaca o estudioso.
Redação Gospel+