Nesta semana, a emissora Nickelodeon veiculou, nos Estados Unidos, o primeiro episódio de um desenho infantil que apresentou um casal homossexual, e a repercussão internacional foi intensa. O mesmo capítulo já havia sido mostrado no Brasil no dia 30 de junho, sem despertar curiosidades.
A psicóloga Marisa Lobo comentou a iniciativa da emissora através do desenho The Loud House, que tem sua trama construída a partir da vida do personagem Lincoln Loud e suas dez irmãs.
Para Marisa Lobo, esse tipo de iniciativa beira a doutrinação: “Eu vejo uma precipitação dos movimentos LGBTs, dos defensores da homoafetividade, em precipitar algo que eles nem sabem se é definitivo em uma criança ou não. A orientação sexual como gênero pode ser simplesmente, na infância, uma confusão ou uma curiosidade. Eles querem mostrar para as crianças que a heterossexualidade e a homossexualidade estão em pé de igualdade extrema. O que não é verdade”, comentou, em entrevista ao portal Guia-me.
No episódio em questão, não há cenas com beijos ou demonstrações de afetividade. O casal gay leva o filho, Clyde, para a casa de Lincoln, onde ele passará uma noite fora de casa pela primeira vez. A aparição foi rápida e discreta.
“Não fomos procurados por ninguém para comentar o episódio”, disse a assessoria do canal no Brasil, afirmando que por aqui, a imprensa não repercutiu a inédita menção à homossexualidade em produções da Nickelodeon.
De acordo com informações do portal O Povo Online, em um episódio sem data de exibição definida, o mesmo casal voltará a aparecer no desenho, dessa vez com maior destaque, afinal a história será contada na casa do personagem Clyde. A previsão é que vá ao ar em setembro.
“Quando falamos em respeito às diferenças, nós temos que respeitar. As crianças devem viver como elas querem e como as suas famílias querem. Mas, o fato de uma criança ter curiosidade sexual com o sexo oposto ou do mesmo sexo, não significa que ela seja homossexual ou que ela tenha um gênero diferente do gênero em consonância do sexo dela”, contextualizou Marisa Lobo.
A psicóloga criticou os efeitos práticos desse tipo de iniciativa: “Só faz aumentar o desequilíbrio da natureza humana. Sem juízo de valor, mas a verdade é que esses desenhos mostrando pares homoafetivos, só confundem a identidade sexual e a identidade de gênero das crianças. É uma confusão”, afirmou.
Em determinada fase da infância, as crianças atravessam uma temporada de descobertas e curiosidades pelo sexo, seja ele oposto ou não, segundo Marisa: “As crianças estão no final da elaboração do ‘Complexo de Édipo’, por exemplo, onde a sexualidade infantil aflora no sentido de curiosidade. Não é uma curiosidade que envolve o sexo em si, mas descobertas do sexo oposto e eles descobrem muitas vezes o sexo oposto com curiosidades do mesmo sexo”, acrescentou. “Tudo isso é curiosidade da criança que ainda não tem juízo de valor e uma moralidade definida. Então ela não sabe ainda o que está acontecendo com ela. Ela segue a natureza humana dela e os hormônios e a curiosidade, mas não está definido o que é a homossexualidade”, concluiu.