Pela primeira vez, desde que as investigações sobre o escândalo do petrolão vieram à tona na imprensa, o nome da ex-senadora Marina Silva (REDE) está entre os que têm algo a explicar à Justiça.
Marina Silva, a priori, ainda não tem seu nome diretamente ligado aos desvios de verbas da Petrobrás, mas há denúncias de que sua primeira candidatura à presidência, em 2010, pelo PV, teria recebido doações de caixa dois da construtora OAS.
A acusação contra a campanha de Marina foi feita em acordo de delação premiada do executivo Leo Pinheiro, que trabalhava na construtora e afirmou ter repassado dinheiro de origem escusa à campanha da evangélica, segundo informações da revista Veja.
“Marina respondeu à sua maneira: tirando o corpo fora e deixando subentendido que, se aparecer alguma evidência, deve ser atribuída a outros, e não a ela”, comentou a jornalista Vera Magalhães.
Porém, uma nova operação da Policia Federal, denominada Turbulência, prendeu quatro pessoas em uma investigação de um complexo esquema de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo empresas em Pernambuco.
A investigação criminal é derivada das investigações sobre o acidente de avião que tirou a vida do então presidenciável Eduardo Campos (PSB), em 2014. À época, Marina Silva era candidata a vice na chapa do ex-governador pernambucano.
“Inclusive o avião do acidente faria parte do esquema. Será mais difícil para Marina se esquivar na base do ‘não é comigo’. Para ficar na razão mais imediata: ela voou inúmeras vezes no mesmo jatinho. Mais: assumindo a candidatura, Marina herdou o comitê financeiro e os recursos que havia em caixa para financiar a campanha”, recapitulou Magalhães, na coluna Radar Online.
A ex-senadora chegou a liderar as pesquisas na ocasião, mas foi vítima de acusações alarmistas feitas pela campanha do PT, perdeu popularidade e ficou, novamente, em terceiro lugar, com mais de 22 milhões de votos.
Agora, pesa sobre Marina, a obrigação de se manter condizente com seu discurso: “Assim como cobra responsabilidade de Dilma e Temer nas apurações no TSE, terá de ser coerente e responder se houve o não dinheiro oriundo de fraude na campanha que assumiu”, concluiu a jornalista.