Os refugiados muçulmanos que chegam à Europa estão sendo alcançados pelo Evangelho e, depois de convertidos, passam a ser perseguidos pelos antigos companheiros de crença. Na Alemanha, vários novos seguidores de Jesus estão sendo assassinados.
O caso mais recente de martírio é o de uma refugiada afegã esfaqueada na frente dos filhos por questões “religiosas” no último dia 29 de abril. Com 38 anos, ela vivia na Alemanha desde 2011 e havia se convertido ao Evangelho logo que chegou ao país.
A Polícia da Baviera, no sul da Alemanha, investiga um homem afegão, de 29 anos, requerente de asilo e considerado “mentalmente instável”. O assassinato foi cometido no estacionamento de um supermercado, e de acordo com informações do portal DW, o criminoso passava por tratamento psiquiátrico.
A cristã ex-muçulmana era participante de um projeto social que atende refugiados e durante seu funeral, o pastor Karl-Friedrich Wackerbath, líder da igreja que ela frequentava, afirmou que os muçulmanos o procuraram para manifestar condolências pelo crime.
“Eles expressaram esperança de que o incidente não leve a uma campanha de difamação geral contra muçulmanos”, informou o portal.
Perseguição recorrente
Mesmo com a atitude de reprovação do ato extremista por parte dos muçulmanos, o número de relatos sobre ataques a refugiados cristãos ou novos convertidos ao Evangelho só cresce desde 2015.
Em muitas matérias publicadas pela imprensa em geral, as vítimas se queixam de não terem suas queixas levadas a sério. Uma pichação na casa de uma família cristã dizia: “É hora de matar os infiéis”.
Na Alemanha, principal país europeu que abriu as portas para os refugiados, muitos deles acabam em albergues públicos, e mesmo nesses locais – mantidos pelo governo – os muçulmanos não se intimidam em pregar ódio aos cristãos. Em um dos abrigos, uma placa improvisada tenta intimidar: “O impuro não pode entrar”.
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Reportagens diversas mostram que refugiados que se arriscam a usar roupas ocidentais, ou exibem crucifixos são alvo de agressões, insultos, ameaças e, no caso das mulheres, assédio sexual e estupros coletivos, praticados por vários extremistas.
A contagem de mártires é imprecisa, mas está, certamente, na casa das dezenas. Entidades cristãs que desenvolvem projetos de auxílio aos refugiados denunciam os mais diversos tipos de perseguição.
O pastor Gottfried Martens, que dirige uma igreja que tem recebido vários ex-muçulmanos, queixou-se da postura das autoridades, que sempre tratam as denúncias como “casos isolados”, como forma de não alarmar a opinião pública e despertar hostilidade por parte dos alemães.
“Essa teoria do caso isolado já foi refutada”, disse Ado Greve, porta-voz da Missão Portas Abertas em Frankfurt, frisando que os voluntários da entidade não esperavam verem esse tipo de hostilidade na Alemanha, mas decidiram investigar a situação quando os crimes de ódio contra os refugiados cristãos se multiplicaram.
Nessa investigação, a Portas Abertas fez descobertas preocupantes, mas foi criticada por apresentar dados que supostamente não seriam “confiáveis”. No entanto, em outubro passado, o relatório de uma nova pesquisa feita pela missão foi publicado, reiterando os números do levantamento anterior e mostrando um agravamento da situação.
“56% falaram sobre ataques físicos e 83% dos entrevistados admitiram que foram ameaçados verbalmente mais de uma vez”, destacou Greve, observando que os entrevistados foram refugiados, cristãos, oriundos do Irã (304), da Síria (263) e do Afeganistão (63).
Ado Greve salienta que apesar da perseguição, não há registros de ex-muçulmanos que pretendam voltar para o islamismo.
Os agressores eram, em todos os casos, imigrantes conterrâneos e, em alguns casos, pertencentens a etnias rivais. Até o assassinato de refugiada cristã, nenhum caso denunciado levou a uma condenação, pois a Polícia continua tratando a situação com displicência.