A situação da deputada Flordelis (PSD-RJ) pode ter se complicado mais um pouco diante da Justiça, uma vez que ela não compareceu à Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP) do Rio de Janeiro para colocação da tornozeleira eletrônica.
O uso do equipamento de rastreamento foi determinado pela juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3° Vara Criminal de Niterói, em caráter de urgência, assim como a obrigatoriedade de que a parlamentar cumpra recolhimento domiciliar entre 23h00 e 6h00.
A magistrada atendeu a um pedido do Ministério Público devido a um atentado à bomba contra uma testemunha de acusação no caso do assassinato do pastor Anderson do Carmo.
De acordo com informações da CNN Brasil, Flordelis não compareceu no Núcleo Magarinos Torres, da SEAP, para receber a tornozeleira eletrônica. A defesa da deputada federal alegou que a Justiça não cumpriu a intimação e que, por esse motivo, ela não compareceu.
Além disso, os advogados alegam que a SEAP não tem tornozeleiras disponíveis. A reportagem da CNN Brasil “constatou que diversas pessoas retornaram após tentarem instalar o equipamento”.
Por sua vez, a SEAP, afirmou que Flordelis tem o prazo de cinco dias para instalar a tornozeleira a contar da última segunda-feira, 21 de setembro, e que “não há falta de aparelhos”.
Choro
Na última terça-feira, 22 de setembro, Flordelis compareceu à corregedoria da Câmara dos Deputados para prestar depoimento no processo de cassação de seu mandato por quebra de decoro parlamentar.
O corregedor da Câmara, deputado Paulo Bengston (PTB-PA), relatou que o depoimento durou uma hora e quarenta minutos, e Flordelis falou à vontade inicialmente e “chorou muito”. Posteriormente, ela respondeu a dez perguntas previamente elaboradas pela corregedoria, incluindo uma sobre a troca de mensagens entre ela e o pastor Anderson do Carmo, que são alvo de investigação no inquérito do crime.
Conforme noticiado pelo portal R7, o teor do depoimento de Flordelis segue sob sigilo. O corregedor pretende entregar à mesa diretora da Câmara o seu parecer – com a recomendação da cassação do mandato ou não – em dez dias, se a defesa da deputada não anexar nenhum novo documento, o que é permitido pelo rito do processo.
Anderson Rollemberg, advogado da deputada, afirmou que o depoimento ao corregedor foi realizado por um pedido dela própria, para ter a oportunidade de dar sua versão a respeito das mensagens encontradas pela Polícia.
“Na primeira fase da investigação só dois filhos foram denunciados, Flávio e Lucas, e não se encontrou nada contra a deputada. Na segunda fase da investigação, a polícia pega tudo o que conseguiu resgatar de mensagens de aparelhos celular e não dá oportunidade da deputada se explicar. Se desse oportunidade certamente seria esclarecido quem digitou as sete conversas”, argumentou Rollemberg, acrescentando que “não houve interesse na investigação porque o livro que vende mais é com a Flordelis na capa”.