Mais de 100 congregações que abandonaram a Igreja Metodista Unida (UMC) por divergências teológicas estão processando a denominação por considerarem que estão sendo prejudicadas nos termos de rompimento.
A UMC é a segunda maior denominação dos Estados Unidos e vem, há anos, sofrendo com um racha interno por divergências teológicas. Um grupo minoritário pretendia impor interpretações teológicas liberais à denominação, algo que vinha sendo refutado em convenções.
Entretanto, os rebeldes progressistas vinham ignorando as decisões das convenções e continuavam a celebrar uniões entre pessoas do mesmo sexo e ordenar homossexuais ao ministério sacerdotal.
Diante disso, um movimento de ruptura surgiu, com centenas de igrejas se separando da UMC e fundando a Igreja Metodista Global.
As igrejas no estado da Flórida que romperam com a UMC, um total de 106, moveram uma ação contra a Conferência Anual da UMC Florida no Tribunal Judicial no Condado de Bradford.
Esse processo se dá porque a UMC está exigindo uma “soma em dinheiro” em troca de permitir que as congregações divergentes permaneçam com seus próprios templos. Como essas igrejas discordam, buscaram a Justiça.
De acordo com informações do portal The Christian Post, a ação acusa que esse pagamento “é determinado a critério das partes mencionadas, e é sempre substancial e muitas vezes proibitivo, mas inegociável e inapelável”.
As igrejas que romperam com a UMC também alegam que o livro de regras central da denominação permite que eles “se desfiliem amigavelmente”, citando a Seção 2548.2.
Uma das congregações, a Grace United Methodist Church of Lawtey, que lidera a ação na Justiça, acredita que não deveria ter que pagar para garantir sua propriedade porque comprou a propriedade muito antes de a UMC ser fundada em 1968.
“A Conferência Anual assumiu a posição de que tem o direito de manter a Propriedade Grace UMC – que era de propriedade e paga pela Grace UMC muito antes da UMC e da Conferência Anual existirem – a menos que a Grace UMC pague um pagamento substancial em dinheiro como unilateralmente determinado pelo Réu da Conferência Anual”, afirma o processo.
O processo está sendo cuidado pelo escritório National Center for Life & Liberty, que é especializado em questões relacionadas às liberdades de expressão e fé. Jonathan Bailie, executivo do escritório, declarou que “os pagamentos que a Conferência Anual da Flórida está exigindo que eles paguem são injustos e onerosos”.
“A razão pela qual o processo foi aberto foi que as 106 igrejas acreditavam que a Conferência Anual da Flórida não está sendo justa […] As igrejas estão frustradas com as violações do Livro de Disciplina da conferência anual e a recusa em honrar o Plano Tradicional, conforme descrito na Conferência Geral de 2019”, acrescentou Baillie.
A Conferência Geral da UMC em 2019 aprovou uma proposta conhecida como “Plano Tradicional”, reafirmando a oposição da denominação à homossexualidade e às uniões entre pessoas do mesmo sexo.