Às consequências da guerra civil em Mianmar, um país localizado no Sul da Ásia continental, continua deixando um rastro de destruição, violência e perseguição religiosa sem precedentes na história do pequeno país, ao ponto de militares que lutam em prol do Governo divulgarem um vídeo onde aparecem destruindo uma igreja local.
Várias denúncias já foram divulgadas, alegando que o Governo de Mianmar está realizando uma espécie de “limpeza étnica”, expulsando cristãos (Kachin) e também muçulmanos (Rohingya) da região, visando tornar o budismo a religião oficial do país.
“É uma guerra onde civis estão sendo sistematicamente atacados por membros do Exército de Mianmar. A comunidade internacional escolhe ignorar isso”, disse no começo do ano a escritora Stella Naw ao jornal britânico The Guardian.
Confirmando essa e outras de núncias, um vídeo publicado recentemente por militares do “United Wa State Army” (UWSA) mostra eles destruindo o templo de uma igreja no estado de Shan, região da fronteira com a China.
“Confirmamos que pelo menos 12 igrejas foram destruídas ou fechadas até 20 de setembro”, disse um cristão local ao Morning Star. Ele preferiu não se identificar por razões de segurança.
O Governo tenta se defender, alegando que está combatendo apenas o “extremismo religioso”, mas sem apresentar qualquer prova de atos extremistas vindo desses segmentos. A reação armada dos Kachins, por exemplo, se trata de um ato de sobrevivência contra o massacre promovido pelo Exército de Mianmar.
Cristãos que residem no local acreditam em perseguição religiosa. “Estou convencida de que o Governo está tentando limpar etnicamente o povo Kachin. Sempre que eles identificam alguém do nosso povo, tentam nos matar. Estupram as mulheres, mesmo as que estão grávidas”, disse Lashi Ókawn Ja, mãe de quatro filhos.
Bob Roberts, fundador da Northwood Church em Keller, Texas (EUA), viajou para Mianmar e confirmou as denúncias feitas pelos cristãos.
“Das 60 igrejas que [o Exército] bombardearam, eles colocaram pagodes budistas em 20 desses locais para recuperá-los. É uma coisa muito séria”, disse Roberts ao Christian Post, destacando que “a maior parte disso é por causa da limpeza étnica”.
Roberts também relatou a preocupação com o futuro dos cristãos locais, explicando que os sinais de perseguição não demonstram uma interrupção nos ataques. “Quando você radicaliza e cria essa violência entre os soldados que estupraram e assassinaram, você simplesmente não desliga o interruptor”, disse ele na ocasião.
Assista o vídeo abaixo: