A comemoração pelos 200 anos da Independência do Brasil de Portugal serviu de contexto para uma mensagem do pastor Josué Gonçalves nas redes sociais, com ênfase na importância de os cristãos exercerem o protagonismo que a sociedade espera da Igreja de Cristo.
Gonçalves, que é conhecido por seu ministério dedicado à saúde dos relacionamentos, vem ao longo dos últimos meses abrindo espaço para o debate sobre a influência da cultura secular sobre a comunidade evangélica e a própria Igreja.
Em sua mensagem, o pastor pontuou que a situação atual vivida no Brasil, com “debates acalorados” sobre o valor e a dimensão da liberdade de expressão e de culto, entre outros temas, resultou em “um cenário favorável para a Igreja se manifestar e lutar para proclamar o Evangelho”.
O pastor também enfatizou que o campo espiritual precisa estar em foco o tempo todo, já que existem “fortalezas espirituais que estão se levantando para destruir nossa fé”.
Confira a íntegra da mensagem de Josué Gonçalves por ocasião da celebração dos 200 anos da Independência do Brasil:
“O Brasil vive um momento crucial de muitas polarizações e extremismos, diga-se de passagem. Nunca se viu na história recente do nosso país debates tão acalorados no que diz respeito à liberdade de expressão, liberdade de culto, direito de ir e vir em oposição à ditadura do politicamente correto, à imposição de comportamento das minorias, incompatível com nossa fé, em relação às maiorias. E percebemos, como nunca antes, que os sofismas mencionados por Paulo precisam ser anulados com força e com toda veemência em dias como os nossos. Paulo diz ‘porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus para destruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo’. O calor das discussões, e as polarizações tão evidentes, têm uma razão de ser. Sem querer entrar no campo das preferências partidárias, o cristão precisa ter maturidade para olhar para esse cenário dentro de uma perspectiva espiritual. Existem sim, fortalezas espirituais que estão se levantando para destruir nossa fé, e a massificação das redes sociais criou um cenário atípico na história, contudo, favorável, fazendo de cada cidadão pensante um jornalista, um investigador em busca da verdade. Escancarou-se a vergonha e desfaçatez das grandes mídias em distorcer grande parte das notícias, que, diga-se de passagem, não existem mais. E isso gerou um cenário favorável para a Igreja se manifestar e lutar para proclamar o Evangelho e defender nossas pautas, que são inegociáveis do ponto de vista bíblico, como por exemplo, sermos contra o aborto, ideologia de gênero nas escolas, homossexualidade, erotização das crianças, destruição da família no modelo tradicional, entre outras. É da gênesis de nossa identidade como crentes sermos protestantes. Sendo assim, nesse sentido, não podemos nos fazer de ignorantes e vivermos alienados do que se passa ao nosso redor. Viver um romantismo religioso, de que somos crente apenas dentro da igreja, e que nossa fé não pode e não deve ser relevante para a sociedade. O crente que pensa que não podemos nos envolver com política, no mínimo, age de forma simplória e ignorante. Não somos seres apolíticos. A política está em tudo que fazemos. O que não somos, e não devemos fazer jamais, é politicagem. Mas a política faz parte de nossa vida. Dito isso, quero afirmar algumas coisas que precisamos entender e fazer. Primeiro: o Estado é laico, mas não é ateu. É justamente porque o Estado é laico que temos a liberdade de expressar nossa fé e defender nossos princípios. Sim, o Estado brasileiro possui uma população majoritariamente cristã, em torno de 80%. E por quê deveríamos aceitar passivamente leis que confrontam nossa fé? A Igreja se calou, está silenciosa, porque sempre pensou que não pode se envolver, nem se meter em política. Erramos nisso. Veja o que disse Martin Luther King: ‘O que me preocupa não é o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem-caráter, dos sem-ética, o que me preocupa é o silêncio dos bons. Em segundo lugar, devemos sim nos posicionar ao lado de candidatos e partidos que estão alinhados com uma visão conservadora, que fortalecem e estão dispostos a lutar pelos valores de Deus, da pátria, da família e da Igreja. Em terceiro lugar, exerça o seu direito de votar e nunca permita que sua consciência seja sufocada por ideias que firam suas convicções bíblicas. Em quarto lugar, procure ler e aprender a respeito do que está acontecendo, não fale daquilo que você não sabe e não estudou. Cuidado com aquilo que você lê e assiste nas redes sociais. Pode ser tóxico e prejudicial. Em quinto lugar, fuja das discussões e debates desnecessários. Não precisamos ser inimigos de ninguém por pensarmos diferente. Apenas precisamos do respeito uns dos outros. Mas nunca abra mão de se posicionar a favor das Escrituras, custe o que custar. Nunca deixe de se posicionar contra a corrupção, contra o erro, de forma sábia e elegante. Deus honrará a Sua Igreja. Que Deus continue abençoando, curando e libertando a nossa nação brasileira”.
Ver essa foto no Instagram