O radicalismo religioso na Índia vem assumindo proporções dramáticas. Com a recente reeleição de Narendra Modi, o 14° primeiro-ministro do país, esse quadro tende a se agravar, e organizações internacionais como a Portas Abertas tem feito um apelo para que líderes de todo o mundo voltem seus olhos para a comunidade cristã local.
Narendra pertence ao partido Bharatiya Janata (BJP, na sigla internacional), que prega o nacionalismo radical na Índia. Eles acreditam que a “pureza” do país deve ser reconquistada, e por causa disso vários estados já proíbem a conversão dos hindus para outras religiões.
Como resultado, quem abandona o hinduísmo, religião nativa do país, para abraçar o cristianismo, por exemplo, sofre perseguição e é visto como alguém sem a nacionalidade indiana, segundo informações da Portas Abertas.
“Os nacionalistas hindus radicais veem os seguidores de Jesus como estranhos à nação, todos os cristãos na Índia estão sofrendo perseguição. Impulsionados pelo desejo de purificar seu país do islamismo e do cristianismo, os nacionalistas não se esquivam de usar violência extensiva para alcançar seus objetivos”, informa a organização.
O comentarista cristão John Stonestreet destou a estratégia das autoridades locais para implementar a perseguição aos cristãos. Eles se aproveitam da subjetividade dos termos presentes na legislação para se voltar contra às minorias na Índia.
“Pelo menos seis estados indianos efetivamente proíbem conversões para o cristianismo. Eu digo ‘efetivamente’, porque os nacionalistas hindus descobriram uma maneira de contornar a liberdade de religião garantida na constituição indiana”, disse ele.
“Qualquer conversão que resulte de ‘força, sedução ou meios fraudulentos’ é ilegal. Dada a imprecisão desses termos, a lei indiana capacita autoridades locais ideologicamente orientadas a considerar todas as conversões como culpadas até que se prove que são inocentes”, explica.
Stonestreet lembrou da herança histórica dos povos que atualmente vivem na Índia, refutando a ideia de que o cristianismo seria uma religião “estrangeira”. Ao contrário disso, a fé cristã está presente no país desde o início da igreja primitiva.
“Ao contrário [do que prega a] ideologia hindutva [nacionalista], o cristianismo não é uma importação europeia. Existiu na Índia antes de Paulo chegar a Roma. Algumas igrejas no sul da Índia até adoram em um ramo do aramaico, a língua que Jesus falou”, conclui o comentarista, segundo a Christian Headlines.