O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), surgiu no cenário nacional em 2016 ao vencer a disputa pela administração da maior cidade do país no primeiro turno. E agora, com sua postura, torna-se um dos presidenciáveis com apoio dos evangélicos.
Veículos de imprensa noticiam há alguns meses o inegável crescimento de João Doria nos debates sobre as eleições em 2018, principalmente porque os principais nomes de seu partido, como os senadores Aécio Neves e José Serra, além do governador Geraldo Alckmin, estão sendo investigados pela Operação Lava-Jato.
A princípio, Doria seria o nome indicado pelo governador paulista para sucedê-lo à frente do Palácio dos Bandeirantes. Mas, o prefeito vem sendo catapultado pela opinião pública ao posto de candidato a presidente, conforme mostram pesquisas sobre o cenário político.
Diante disso, líderes evangélicos como Silas Malafaia, Robson Rodovalho e Hidekazu Takayama (deputado federal pelo PSC-PR e presidente da bancada evangélica) foram entrevistados pelo jornal O Estado de S. Paulo e admitiram ver no prefeito uma chance de mudança no cenário nacional.
“Ele é um cara de família. Tem um família ajustada. Isso é importante para nós. Muito pastor tem prestado atenção neste cara. E não é só pastor de São Paulo, é de todo o Brasil”, diz Silas Malafaia.
O líder da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC) é um dos maiores entusiastas da candidatura de Doria ao Planalto. Já afirmou em entrevista à Folha de S. Paulo que o prefeito paulistano seria um “ótimo presidente” e usou o Twitter para aplaudir a resposta dada pelo tucano a Lula, quando acusado de nunca ter trabalhado.
João Dória cala a boca do cínico Lula. Mostra a carteira de trabalho assinada desde de quando era adolescente.A VEZ DE LULA ESTÁ CHEGANDO.
— Silas Malafaia (@PastorMalafaia) 7 de maio de 2017
Para o líder da igreja Sara Nossa Terra, bispo Robson Rodovalho, ex-deputado federal, considera João Doria o “novo” necessário na política nacional. E o pastor Takayama concorda: “Se não houver nenhuma candidatura que se enquadre melhor no perfil do evangélico, acredito que o Doria pode ser um bom candidato”, afirmou o parlamentar.
O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que também conta com grande apoio popular e já foi apontado como o queridinho dos pastores, hoje já não goza de uma simpatia tão ampla. “Não acho que o Bolsonaro esteja preparado para ser presidente. Não basta ser honesto”, comentou Malafaia, que mantém amizade pessoal com o parlamentar.
A ascensão
Doria atraiu a atenção do eleitorado e da mídia ao apresentar-se como “gestor”, já que fez carreira e fortuna como empresário. Com a promessa de zerar a fila de exames no sistema de saúde paulistano, ganhou a eleição com 53% dos votos, derrotando o então prefeito Fernando Haddad (PT).
Mas, o que catapultou o prefeito à discussão sobre as eleições presidenciais em 2018 foram as ações após sua posse: cancelou obras para conseguir quitar salários de professores; zerou a fila de exames no prazo prometido, através da contratação de clínicas particulares; participou de ações contra as pichações na cidade, em uma espécie de demonstração de liderança.
O prefeito, que não foi a nenhuma igreja pedir votos durante a campanha, visitou denominações evangélicas depois de empossado para agradecer os votos recebidos. Em uma dessas ocasiões, testemunhou sua jornada de vida, apontando a fé como suporte essencial, e encorajou: “Nunca perca a esperança”.