Existem oito etnias no Mianmar, um país localizado no sul da Ásia continental, sendo uma delas a Kachin, formada por 90% de cristãos. O restante da população e de maioria budista Tatmadaw, religião que foi reconhecida como a oficial do Estado pelo primeiro-ministro U Nu em 1960. Desde então, uma série de restrições à liberdade religiosa foram impostas na tentativa de criar uma Nação puramente budista.
Até a comunidade muçulmana, os Rohingya, também foi afetada, chamando atenção das autoridades internacionais. Todavia, quando se trata dos 1,6 milhão de cristãos que vivem em Mianmar a perseguição religiosa contra eles parece não existir aos olhos internacionais.
“É uma guerra onde civis estão sendo sistematicamente atacados por membros do Exército de Mianmar. A comunidade internacional escolhe ignorar isso”, informou a escritora Stella Naw ao jornal britânico The Guardian no início do ano.
Acuada pelo exército de Mianmar, a comunidade Kachin está trocando especiarias produzidas em sua região com a China e a Índia por armas. Segundo Representantes do Exército da Independência Kachin, há anos o Governo vem tentando eliminar a existência dos cristãos no país.
O site ‘The Crux’ informou que 400 aldeias e 300 igrejas foram queimadas pelos militares do exército de Mianmar, causando uma fuga em massa de refugiados para abrigos temporários. Apenas esse ano, cerca de 7 mil cristãos foram forçados a abandonar suas casas.
O papel social das igrejas tem sido um diferencial no país, pois grande parte dos refugiados encontram abrigo nos templos. “As igrejas locais estão fazendo o possível para acomodar os cristãos que estão fugindo das zonas de guerra. Elas doam comida e outros itens de necessidade básica”, informou um pastor que vive no país, segundo outra matéria publicada em maio.
Mianmar ocupa a 24º posição na lista de perseguição mundial publicada anualmente pela organização Portas Abertas. A entidade pede aos cristãos em todo mundo que orem pelos irmãos Kachin, para que tenham maior liberdade e sejam vistos como pessoas de direito, também, por órgãos internacionais.