A Parada Gay de São Paulo se tornou um dos assuntos mais comentados do país nos últimos dias, após a divulgação de imagens de um bloco erguendo bandeiras em defesa da existência de “crianças trans“, inclusive com a participação dos menores e seus parentes.
Políticos, líderes cristãos, influenciadores e até pesquisadores, como o geneticista Eli Vieira, criticaram a pauta defendida na Parada, argumentando que crianças trans, na verdade, não existem.
“Vou repetir pela milésima vez: nós temos uns 11 estudos diferentes indicando que uma maioria das crianças disfóricas DESISTE DE SER TRANS na vida adulta. Logo, é inadequado falar em ‘crianças trans’. Ponto”, escreveu Vieira em uma resposta ao colunista Joel Pinheiro, da Folha de S. Paulo.
Vieira, que é homossexual, biólogo e mestre em genética pela Universidade de Cambridge (Reino Unido), ficou conhecido no país ao participar de debates, como ateu, com o pastor Silas Malafaia, no antigo programa da apresentadora Luciana Gimenez, o Super Pop.
As posições do geneticista no tocante à agenda LGBT+, contudo, são bastante críticas e isso tem lhe rendido confrontos com alguns nomes influentes do movimento, como o ex-BBB Jean Wyllys.
Dados do mundo real
Em sua crítica ao uso da expressão “crianças trans”, por exemplo, Eli Vieira argumenta que os procedimentos da popularmente conhecida “mudança de sexo” tem trazido vários prejuízos aos jovens.
“O Reino Unido está fechando a clínica de identidade de gênero de Tavistock, depois de descobrir que ela inadequadamente estava mandando 90% das crianças disfóricas para o bloqueio de puberdade, um tratamento experimental, off-label (tipo a ivermectina pra Covid, sabe?)”, diz ele em sua resposta.
“O NYT juntou uma amostra de 500 dessas crianças com puberdade bloqueada. TODAS tinham densidade óssea abaixo do normal. A própria Tavistock fez um estudo de um ano com bloqueio da puberdade e descobriu que não tinha efeito terapêutico sobre a disforia. Crianças confusas com osteoporose, é isso o que queremos?”, questiona.
O geneticista conclui criticando os “progressistas e sua moda intelectual perigosa e anticientífica do identitarismo”, a qual estaria induzindo crianças e adolescentes de forma negativa quanto à percepção da própria sexualidade.
“O que estão chamando de ‘tratamento afirmativo’ é EMPURRAR as crianças disfóricas para a transição, quando isso não é necessariamente o que mais condiz com a saúde mental delas”, diz o pesquisador.
Joel, Joel, você não se ajuda, meu caro. Vou repetir pela milésima vez: nós temos uns 11 estudos diferentes indicando que uma maioria das crianças disfóricas DESISTE DE SER TRANS na vida adulta. Logo, é inadequado falar em "crianças trans". Ponto.
— Eli Vieira (@EliVieiraJr) June 13, 2023
O Reino Unido está fechando a… pic.twitter.com/RxcAB6aa18