O polêmico desfile da escola de samba Mangueira, no carnaval do Rio de Janeiro 2020, gerou diversas reações entre lideranças religiosas. Uma delas é o pastor e escritor David Riker, que utilizou a sua rede social para manifestar o seu pensamento, repudiando o “Jesus genérico” apresentado na Sapucaí.
“Não há nada de novo na Sapucaí. Vimos apenas mais página do culto sincrético e blasfemo do Jesus genérico – leiamos Gilberto Freyre e perceberemos que o Brasil é fundado nessa prática”, afirmou o pastor.
No desfile da Mangueira este ano, o qual teve como tema “A Verdade Vos Fará Livre”, a figura de Jesus foi retratada como tendo várias faces, como a dos pobres, interpretada pelo pastor-ativista de esquerda Henrique Vieira, que também desfilou no sambódromo.
“Será um Jesus de amor, justiça e defesa dos corpos oprimidos”, disse Vieira em outra ocasião, se referindo ao desfile. Para David Riker, no entanto, “o que desfilou não foi o evangelho, foi teologia barata de minoria que, sob o pretexto de executar uma bem-vinda crítica social, esquarteja a figura de Jesus”.
Riker argumentou que a Mangueira envolveu a figura de Cristo “com um viés ressentido e capaz de divinizar a pobreza e a marginalidade”, alertando que “ninguém é salvo por ser pobre. Todos pecaram! Todos!”.
“A pobreza de espírito que Jesus anunciava podia ser encontrada em Nicodemos e Arimatéia (playboys religiosos) e estar ausente de uma multidão de descamisados lá de Samaria incapazes de hospedar a trupe de Cristo”, destacou Riker em seu perfil público no Facebook.
“Por isso, que Deus nos ajude a reduzir a pobreza e a mitigar o sofrimento dos brasileiros de qualquer estirpe sociocultural, porém que nos livre desse Jesus falso Messias que, aparentemente, nada tem contra a imoralidade se ela for praticada em nome da justiça social”, concluiu o pastor.