Na última semana um padre da cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, procurou a polícia relatando ter sido vítima de um estelionato. Ederson da Rosa Pereira, de 34 anos, é padre da Paróquia Santa Catarina e foi atrás da polícia para denunciar um garoto de programa ao qual pagou R$ 800 por um programa que acabou não se realizando.
De acordo com o Diário de Santa Maria a policial militar que registrou a ocorrência conta que foi procurada pelo religioso na Estação Rodoviária de Santa Maria e que ele inicialmente relatou que teria sido vítima de um falso vendedor de produtos de informática.
Ele afirmou que teria feita a compra de produtos de informática de um vendedor que veio de Caxias do Sul para fazer a entrega, no valor de R$ 600. Segundo seu relato inicial, ele teria ido buscar a encomenda na rodoviária ao meio-dia, teria pago o valor ao vendedor e dado uma carona ao vendedor até o Centro e que, depois de realizar o pagamento, o jovem teria dito que ia entregar mais produtos para outros clientes e teria sumido sem entregar os supostos equipamentos.
Pereira afirmou ainda à polícia que, ao voltar à rodoviária à procura do vendedor, foi informado que ele tinha trocado a passagem para Porto Alegre e iria embarcar às 14h30min. De acordo com a ocorrência policial, o padre teria visto o suposto vendedor enquanto conversava com a policial, que abordou o rapaz e conduziu os dois para a delegacia.
Porém, ao prestar depoimento na delegacia, o padre acabou revelando que o rapaz, na verdade, era um garoto de programa que ele teria conhecido pela internet. Ele informou que contratou o jovem para um programa e que pagou a ele um total de R$ 800, que incluiria a passagem dele até a cidade e o programa.
O padre afirma que pediu o dinheiro de volta ao rapaz, mas que ele não aceitou devolver o valor, por ter se deslocado até a cidade.
O assessor da arquidiocese de Santa Maria, padre Silvio Weber, afirma que Pereira nega o caso veementemente. O advogado Clândio da Rosa Teixeira informou ao Diário de
Santa Maria que foi procurado pelo religioso para tratar de um caso sobre estelionato, mas nega a versão registrada no boletim de ocorrência.
Ao negar a versão registrada no boletim de ocorrência de que o padre teria contratado os serviços do garoto de programa, Teixeira afirma que seu cliente estava nervoso e assinou o documento sem ler.
Segundo ele, o padre acionou a polícia por ter sido vítima de estelionato na compra de produtos de informática e que, ao ser conduzido por uma policial militar à Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA) descobriu, por ela, que o vendedor era também garoto de programa e que havia ido até a cidade para entregar os produtos de informática e realizar o serviço de prostituição, contratado por outra pessoa.