A Índia teve um aumento considerável da perseguição religiosa nos últimos anos, face ao surgimento de partidos ultranacionalistas. Como resultado, um pastor que orava pela cura de um enfermo do novo coronavírus foi brutalmente espancado, sem chances de se defender.
Ele foi espancado por 150 pessoas no dia 21 de junho. Invadiram a casa do pastor e o arrastaram para fora lançando contra o líder religioso vários golpes e chutes.
“Eles me chutaram como se chutassem uma bola de futebol”, disse o pastor Rao, segundo informações da Internacional Christian Concern (ICC).
“Eles me arrastaram para a rua e me empurraram para o chão. Lá, começaram a pisar em mim. Eles rasgaram minhas roupas, me chutaram por todo o corpo e socaram meu olho esquerdo. Sofri uma lesão ocular grave como resultado de um coágulo de sangue”, completou o pastor.
Pela descrição do líder religioso, o espancamento foi promovido por radicais adeptos do hinduísmo, principal religião no país. “Eles disseram que a Índia é uma nação hindu e que não há lugar para cristãos”, explicou Rao.
Crimes como esse tem se tornado cada vez mais comuns por causa da ascensão de partidos que pregam a “pureza” da Índia, muito embora o cristianismo não seja historicamente uma religião estranha.
Outro pastor relata que teve a sua igreja incendiada, igreja que levou muitos anos para ser construída, resultado do esforço de muitos irmãos que cooperaram para a construção do templo.
“Foi um trabalho árduo por 10 anos construir a igreja. Todo o trabalho árduo e doações de sacrifício dos pobres membros da congregação foram derrubados no chão. Tudo o que resta são cinzas”, disse ele.
“Nos últimos dez anos, radicais me disseram várias vezes para fechar a igreja. Pela graça de Deus, fui capaz de suportar todas essas dificuldades e abusos, mas desta vez é uma devastação total”, acrescentou o pastor.
Os radicais acusam os cristãos de induzirem as pessoas à conversão. Proíbem que façam cultos e orações e se não acataram suas ordens, sofrem as consequências, que vão desde agressões físicas ao boicote na sociedade.
O pastor Agustina, da Igreja Evangélica Leigos, fez um desabafo: “Não sabemos o que o futuro reserva. No entanto, estamos preocupados que os radicais não nos permitam ter um culto na igreja”.