O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), filho de Jair Bolsonaro, é o novo acusado pela jornalista Patrícia Lélis, que ficou nacionalmente conhecida por se apresentar como vítima de estupro do pastor Marco Feliciano (PSC-SP).
Há quase duas semanas, no dia 11 de julho, circulou nas redes sociais um print em que ela acusava o parlamentar do clã Bolsonaro de persegui-la após o término de um suposto relacionamento, com falas desrespeitosas aos seus amigos. A história gerou burburinho e, agora, virou caso de polícia.
Na última terça-feira, Patrícia Lélis registrou um Boletim de Ocorrência (B. O.) na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM), em Brasília, contra Eduardo Bolsonaro por injúrias e ameaças, e divulgou o documento em seu perfil no Instagram.
No texto da postagem, diz que voltou “a sofrer ataques machistas de haters, e de pessoas simpatizantes do então deputado, enfim, fascistas seguidores de Eduardo e sua turma, e como se não bastasse: Uma ameaça direta do próprio”.
Toda a acusação de Patrícia Lélis contra Eduardo Bolsonaro se baseia no print que supostamente seria de uma postagem feita pelo deputado em uma página privada, aberta apenas a amigos próximos, em que ele se queixaria de uma ex-namorada, não identificada, que estaria sendo “vista em balada LGBT acompanhada de médico cubano, usando roupa vulgar”.
O nome da jornalista não é citado, mas Patrícia Lélis se prontificou em responder a Eduardo Bolsonaro, dizendo que depois de ter vivido com ele por três anos e oito meses, tinha rompido por considerar o relacionamento abusivo.
“Você consegue desrespeitar até pessoas que nunca viu na vida”, escreveu Lélis na publicação em resposta ao print que, supostamente, seria de uma publicação do deputado, mas que não a cita. No final, ela diz para Eduardo Bolsonaro não mais procurá-la para dizer que sente falta.
Todo esse burburinho gerou uma resposta do deputado, que gravou um vídeo negando que o print seja de uma publicação sua: “Agora vem esse print aí, um fato que não tá nem no meu Facebook, nem no Facebook dela […] Além disso, inventou uma história aí que eu teria engravidado ela, e ela abortou, um negócio mal contado que eu nem dei bola”, comentou.
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Depois de fazer a polêmica, a jornalista registrou queixa contra o deputado e, como num reality show, expôs o B. O. nas redes sociais, dizendo que o “bom moço” do clã Bolsonaro, “nas mensagens privadas”, age com “grosserias machistas, injúrias e várias ameaças com o intuito de tentar me intimidar ou calar”.
Além disso, a denúncia contra Bolsonaro foi feita, segundo Patrícia Lélis, para evitar as críticas que sofreu no episódio em que acusou Feliciano de tentativa de estupro. “É difícil denunciar um agressor, ainda mais se esse agressor se encontrar ‘protegido’ por pessoas que os defendem com unhas e dentes, acreditando que realmente são donos da boa moral”, disparou. “Desta vez, resolvi agir de forma diferente, pois infelizmente já estou aprendendo como as coisas funcionam com esse tipo de pessoa”, acrescentou.
A jornalista teria mostrado à Polícia as mensagens em tom de ameaça que ela alega ter recebido de Eduardo Bolsonaro. Agora, o caso vai ser submetido ao Supremo Tribunal Federal (STF), pois o parlamentar goza de prerrogativa de foro.