O pastor Franklin Graham está sendo alvo de um movimento de políticos “progressistas” e lideranças evangélicas liberais que querem impedir sua ida à Inglaterra para um evento denominado “Festival da Esperança”, similar à Cruzada Minha Esperança, promovido ao longo de décadas por seu pai, o evangelista Billy Graham.
O evento, de caráter evangelístico, será realizado em setembro de 2018 na cidade de Blackpool. Os opositores do pastor criaram uma petição online na plataforma Change.org que recolheu aproximadamente 6.700 assinaturas, e endereçaram o documento à à secretária de Estado para os Assuntos Internos, Amber Rudd, pedindo a proibição da entrada de Graham no país.
No argumento do documento endereçado à autoridade, alegam que Franklin Graham adota conceitos que “promovem preconceito e ódio” contra minorias, como a população homossexual e os muçulmanos, de acordo com informações do portal The Christian Post.
Um dos líderes do movimento contrário à ida de Franklin Graham à Inglaterra é o deputado Gordon Marsden. Ele disse à imprensa que a realização do evento evangelístico “não seria uma coisa boa”, porque o pastor adota um discurso inflexível na interpretação bíblica.
“Na minha visão o que ele faz não é muito cristão. As crenças de Graham são incompatíveis com o que Jesus ensina na Bíblia”, acusou Marsden, referindo-se à ênfase que o pastor dá na avaliação de que a homossexualidade é um pecado que a Bíblia condena.
Outro deputado que luta contra a visita de Franklin Graham à Inglaterra é o muçulmano Afzal Khan, um imigrante paquistanês que chegou ao Reino Unido na infância. De acordo com o político, a visão do pastor “não é bem-vinda”, já que ele costuma salientar que o islamismo promove a crença em um “deus falso”.
Além dos políticos “progressistas”, pastores anglicanos também se tornaram opositores da visita de Franklin Graham. Adeptos da “teologia inclusiva”, que nega a homossexualidade como um pecado e acata uniões entre pessoas do mesmo sexo, essas lideranças também costumam versar com o ecumenismo entre cristianismo e islamismo, tratando muçulmanos como “irmãos”.
Intolerância
Esse mesmo grupo havia tomado uma iniciativa semelhante logo após a vitória nas urnas de Donald Trump. O presidente dos Estados Unidos tinha uma viagem ao Reino Unido agendada no início deste ano, e eles pediram a proibição da entrada do mandatário com mais de um milhão de assinaturas, sem sucesso.
Franklin Graham, por sua vez, não parece estar levando em consideração a grita contra seu ministério. Em fevereiro deste ano ele foi alvo de uma séria oposição de líderes religiosos progressistas, ligados à Igreja Católica e também denominações evangélicas, no Canadá, por conta de sua postura conservadora.
Um porta-voz da Associação Evangelística Billy Graham, responsável pela organização do “Festival da Esperança”, afirmou que os planos de organização do evento seguem inalterados, e que a iniciativa será uma oportunidade “positiva e encorajadora, com música e a mensagem de Franklin Graham sobre a esperança que só podemos ter por intermédio de um relacionamento com Jesus Cristo”.
A despeito de todas as críticas e rótulos atribuídos a Franklin Graham, como “homofóbico”, “fundamentalista” e “islamofóbico”, o pastor mantém o braço social de seu ministério, a Samaritan’s Purse (“bolsa do samaritano, na tradução do inglês), atuando em diversos países, levando cuidados médicos e comida a crianças, inclusive em nações muçulmanas.