O grupo de humor mais polêmico da atualidade, Porta dos Fundos, voltou a usar a concepção cristã de divindade para fazer piada sobre a criação do universo. E de quebra, zombou da crença de que o mundo foi criado, e não fruto do caos.
No novo esquete, Jesus é um menino mimado apresentando ideias em uma reunião de seu Pai com os anjos a respeito dos planos para o mundo. Um dos anjos sugere a criação de montanhas, como se fossem itens decorativos do planeta, e Deus aprova, como se estivesse em uma reunião de agência de publicidade. Outro anjo, interpretado por Gregório Duvivier, sugere a criação de vulcões e também a flora.
A certa altura, Deus agradece a todos pelo empenho na criação “em sete dias” e é interrompido por Jesus, que está incomodado por não ter tido oportunidade de apresentar suas ideias: a criação do pernilongo, dromedário, rinite, apendicite, coentro, afta – essa, segundo ele, deixaria “o pessoal louco” – cárie, caneta que apaga, etc.
Na piada do Porta dos Fundos, Deus tenta contemporizar, mas é respondido com um chilique de Jesus, que reclama que suas ideias são sempre desconsideradas por ser filho do criador. Dessa forma, Deus aprova as ideias para que o mal estar cesse.
Implicância
Da mesma forma que nesse vídeo, Jesus é apresentado como o responsável pela criação de coisas que, geralmente, as pessoas desprezam, em outros vídeos o Porta dos Fundos já apresentou o Filho de Deus – interpretado pelo ateu Fábio Porchat – como alguém que não dá a mínima para os problemas dos mortais.
Nos episódios “Jesus te Ama” e “Obrigado Jesus“, Porchat zomba da fé e pretensamente sugere que Jesus não ama a todos ou interfere em situações de dificuldade.
A implicância com a fé cristã é uma das marcas maiores do trabalho do Porta dos Fundos, que tem ateus entre seus principais humoristas, como o próprio Porchat e Gregório Duvivier, militante petista.