O nome do futuro ministro da Educação tem sido um dos principais temas discutidos entre as lideranças evangélicas que atuam na política. Nesta quinta-feira, 22 de novembro, o presidente eleito admitiu que o procurador Guilherme Schelb é um dos cotados para o cargo.
“Eu vou conversar hoje [quinta-feira] com o senhor Guilherme Schelb também. A gente conversa para tomar decisão lá na frente”, disse Jair Bolsonaro (PSL).
Guilherme Schelb foi diretor da Associação Nacional dos Juristas Evangélicos (ANAJURE) e é um forte opositor da ideologia de gênero, além de entusiasta do projeto Escola Sem Partido. Seu nome foi levado ao futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), por parlamentares da bancada evangélica na última quarta-feira, 21 de novembro, durante uma reunião com a equipe de transição de governo.
O pastor Silas Malafaia concedeu entrevista ao jornal El País e manifestou apoio à indicação do procurador: “Se o presidente [Bolsonaro] nomear ele vai ser um grande nome. Eu acho que o Guilherme Schelb é afinado ideologicamente com o que pensa o Bolsonaro. É um cara preparadíssimo e muito inteligente. Ele vem travando batalhas contra a ideologia de gênero nas escolas, tem livros escritos sobre isso, instruindo os professores e os pais”, afirmou.
“Eu conheço ele por causa das guerras contra a ideologia de gênero. Eu sou um cara que guerreio contra isso, sou um dos mais veementes. Então a gente acabou tendo atividades nessas guerras”, enfatizou o pastor.
Anteriormente, o nome do educador Mozart Neves havia sido especulado para o cargo, o que gerou reação contrária e imediata da bancada evangélica. “É alinhado com a esquerda. Levamos nossa insatisfação a Bolsonaro. Temos o direito”, afirmou o deputado federal reeleito Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), afilhado político de Malafaia.
O pastor Marco Feliciano (PODE-SP) também participou da reunião e disse que a posição da bancada evangélica é de contribuir com sugestões: “Queremos somar. Não queremos indicar”, resumiu, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo.
Trump
A posse de Jair Bolsonaro no próximo dia 01 de janeiro poderá contar com a presença do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A informação foi revelada na última quarta-feira, 21, quando a equipe de transição do governo confirmou que o convite foi feito e bem-recebido pela Casa Branca.
De acordo com informações do jornal Gazeta do Povo, Trump não costuma comparecer a posses de presidentes, e tem por hábito enviar um chanceler para representar os Estados Unidos. Se o mandatário norte-americano decidir comparecer, será um forte gesto de apoio a Bolsonaro e exigirá um reforço no esquema de segurança.
O assessor de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA), John Bolton, confirmou que fará uma viagem ao Brasil na próxima semana, para se encontrar com o capitão do Exército: “Ansioso para encontrar com o próximo presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, no Rio, em 29 de novembro. Compartilhamos muitos interesses bilaterais e trabalharemos de perto para aumentar a liberdade e a prosperidade em todo o Hemisfério Ocidental”, escreveu Bolton em sua conta no Twitter.
A cerimônia de inauguração do mandato de Bolsonaro deverá contar com um culto ecumênico, celebrado por sacerdotes católicos e evangélicos. Apesar de essa celebração não estar prevista no decreto que define o ritual de posse, não há impedimentos legais, e o local do culto deverá ser a Catedral Metropolitana de Brasília.