Os membros da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola fizeram uma manifestação pacífica nas ruas da capital do país, Luanda, cobrando das autoridades seu direito ao exercício da liberdade religiosa. Ao todo, mais de seis mil pessoas participaram do evento.
A instituição fundada pelo bispo Edir Macedo atravessa um momento conturbado no país africano, com parte dos pastores e bispos angolanos acusando os integrantes brasileiros da direção de racismo, imposição de vasectomia a sacerdotes solteiros e ainda crimes fiscais, como lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Diante dessas alegações, os pastores rebeldes – que se denominam Comissão de Reforma – tomou templos à força, com atos de vandalismo e agressão física. Ao mesmo tempo, a Justiça do país, sob alegação de investigar as acusações, determinou o fechamento de todos os templos da Igreja Universal.
Simultaneamente, os advogados da instituição têm lutado para recuperar a posse dos templos tomados pelos pastores rebeldes, que chegaram a admitir terem usado documentos fraudados para destituir os pastores brasileiros que faziam parte da direção da Universal.
Em duas localidades, a Justiça atendeu ao pedido e devolveu a posse dos templos.
“Há quase seis meses a Universal em Angola sofre uma dura perseguição religiosa. Tudo começou em junho, quando um grupo de ex-pastores, expulsos por graves desvios de conduta, atacou e invadiu diversos templos da Igreja no país africano. Os rebeldes agrediram pastores, suas esposas e funcionários”, diz trecho de uma nota publicada no site oficial da instituição.
A Universal pontua que desde os atos de agressão, “todas as igrejas Universal do território estão fechadas”, o que tem mobilizado diversas reações: “Uma série de pessoas, incluindo políticos brasileiros, manifestaram repúdio e preocupação em relação às agressões. Inclusive, o presidente Jair Bolsonaro enviou uma carta ao Presidente João Lourenço, pedindo ações em prol da liberdade religiosa”, recapitulou a nota.
Segundo a Igreja Universal, a mobilização com seis mil membros é uma prova de que as pessoas que compõem a instituição não ficariam “parados diante desta situação”, e por isso realizaram “um protesto pacífico pelo fim dessa injustiça”.
“A marcha teve início no porto da cidade e terminou na Baía de Luanda, local turístico e muito conhecido. Ali, todos dobraram os joelhos e clamaram ao Altíssimo pela resposta”, concluiu a nota.