Cerca de 20 pessoas ficaram feridas em um evento de evangelização promovido pela Igreja Universal do Reino de Deus, que pode ter reunido nesta quarta-feira no Parque de Exposições de Salvador, na Bahia, um público de cerca de 600 mil pessoas.
De acordo com o jornal “A Tarde”, em meio à fé, teve engarrafamento, tumulto, gente passando mal e até arrastões. Por volta das 18h, durante a saída do evento, houve muito tumulto, e algumas pessoas foram pisoteadas e outras machucadas. A confusão começou quando os portões foram abertos para a saída dos participantes. Barracas de ambulantes foram derrubadas.
No local, participantes pediam a presença de ambulâncias do Serviço de Atendimento de Urgência (Samu) e da Polícia Militar, que não foram avistadas.
Nomeado “O Dia D” – “D” de decisão – e evento teve início às 15h e enfileirou cerca de quatro mil ônibus vindo de várias partes da Bahia ao longo da Avenida Luiz Viana, ocupando faixas de carros de passeio e causando um congestionamento que levou a Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador) a pedir reforços. Seis viaturas, segundo um agente de trânsito, estavam no local. Segundo ele, o órgão não foi informado sobre a magnitude do evento.
Dia D em São Paulo
O encontro aconteceu simultaneamente em todo o Brasil. Em São Paulo, de acordo com o site G1, uma mulher foi vítima de traumatismo craniano e atendida durante o evento que reuniu cerca de 1 milhão de pessoas no autódromo de Interlagos, na Zona Sul da capital. Um homem armado foi detido por policiais ainda durante o encontro e a polícia apreendeu uma moto roubada em local próximo ao autódromo.
De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a fila de ônibus levando os fiéis paralisou a Marginal Pinheiros e provocou reflexos no trânsito da Zona Sul. Às 16h, a cidade registrava 27 km de congestionamento na região, bem acima da média para um feriado.
Perto do autódromo, ônibus e carros tiveram dificuldade para circular em meio à multidão. A Avenida Interlagos também parou.
De acordo com a rádio “CBN”, nesta quinta-feira a região do autódromo de Interlagos amanheceu tomada pela sujeira.
Dia D no Rio de Janeiro gera 55 toneladas de lixo no local do evento
A Comlurb concluiu nesta quinta-feira o recolhimento de 55 toneladas de lixo da Enseada de Botafogo, após o culto realizado no local pela Igreja Universal, que reuniu 1 milhão de pessoas e parou o trânsito em toda a Zona Sul da cidade, com reflexos no Centro. O trabalho de limpeza mobilizou 152 garis durante 24 horas, que tiveram o apoio de quatro caminhões basculantes, quatro caminhões coletores compactadores, três varredeiras mecânicas, três caminhões pipas e duas pás mecânicas. Cinquenta contêineres foram oferecidos para o uso dos frequentadores.
Ainda durante a madrugada, a Secretaria municipal de Transportes também divulgou um balanço do evento. Os motoristas estacionaram em vias não autorizadas como Voluntários da Pátria, São Clemente, Avenida Pasteur, Gal. Severiano, Senador Vergueiro e Praia do Flamengo. Com isso, 889 ônibus e 60 veículos de passeio foram multados. Segundo a Polícia Militar, cerca de 4 mil ônibus compareceram, enquanto a previsão era de, no máximo, 1.500 , para os quais foram reservadas áreas de estacionamento na Enseada de Botafogo, no Aterro do Flamengo na área do MAM e em diversas vias do Centro, como as avenidas Presidente Antonio Carlos e Rio Branco.
Nesta quinta-feira, o leitor Alex Amaral chamou atenção para a sujeira deixada na área do evento. Segundo ele, o cheiro de urina e o lixo abandonado fez com que o local ficasse pior do que costuma acontecer em datas como o réveillon e o carnaval.
O atual secretário da Ordem Pública (Seop), Alex da Costa, responsável pelas operações de Choque de Ordem em grandes eventos, admitiu que tomou conhecimento pelos jornais sobre o culto. Em nota divulgada no fim da tarde de quarta-feira, a Prefeitura do Rio pediu desculpas à cidade e prometeu não voltar a autorizar eventos deste tipo.
O comandante do 2º BPM (Botafogo), tenente-coronel Antônio Carlos Carballo Blanco, responsabilizou a prefeitura pelos problemas no trânsito. Ele contou que, em 15 de abril, encaminhou um ofício à Subprefeitura da Zona Sul e à Administração Regional de Botafogo manifestando-se contra a autorização para que os ônibus estacionassem perto da Enseada de Botafogo.
– Esse caos aconteceu por irresponsabilidade da prefeitura. Só autorizei o estacionamento nas avenidas Presidente Vargas e Rio Branco. De lá, as pessoas seguiriam de metrô. Essa é uma manifestação religiosa que se repete quase todos os anos. Agora eu tenho que administrar esse verdadeiro colapso no trânsito. Nem minhas equipes de supervisão estão conseguindo se deslocar de carro. Elas têm que trabalhar a pé.
Fonte: O Globo e G1 / Gospel+