A presidente Dilma Rousseff (PT) se tornou a mais impopular da história da República, ao registrar 71% de reprovação, contra apenas 8% de avaliação positiva. Nesses quesitos, ela superou o ex-presidente Fernando Collor, que em setembro de 1992, às vésperas do impeachment, possuía 68% de reprovação e 9% de aprovação.
A pesquisa que constatou os péssimos índices de avaliação da presidente foi realizada pelo instituto Datafolha, entre os dias 4 e 5 de agosto, com 3.358 pessoas em todas as regiões do Brasil.
Os números da popularidade de Dilma pioraram significativamente entre a última semana de junho, quando foi feito o levantamento anterior, e a primeira semana de agosto. Em pouco mais de um mês, a avaliação negativa da mandatária cresceu 6 pontos, e a positiva caiu dois, de 10% para 8%.
Impeachment
Na opinião de 66% dos brasileiros, o Congresso deveria abrir um processo de impeachment contra Dilma. Na última pesquisa, esse número era 63%. Os principais motivos são os escândalos de corrupção envolvendo subordinados e aliados políticos, além das denúncias de uso de propina como verba de campanha durante a eleição.
A percepção dos cidadãos de que a presidente será removida do cargo também cresceu. O jornal Folha de S. Paulo destacou que a sensação das pessoas de que Dilma não chega ao fim do mandato independe de serem favoráveis ou não ao impeachment.
A pesquisa mostrou que no mês de abril, após as manifestações populares, 29% das pessoas acreditavam que Dilma seria removida do cargo. Esse número agora é de 38%.
“A reprovação à presidente Dilma Rousseff é homogênea em relação às regiões do país, com índices em patamares semelhantes em todas elas. […] Mesmo no Nordeste, região do país onde o PT costuma ter melhor desempenho eleitoral, a aprovação de Dilma é baixa. Apenas 10% dos consultados pelo Datafolha afirmaram que o governo é ótimo ou bom. […] As taxas apuradas pelo Datafolha em relação à questão do impeachment também são consistentes independentemente da região do país”, resumiu a Folha.