Na última quinta feira (04), o PSOL do Rio de janeiro confirmou que não irá obedecer à ordem do Diretório Nacional do partido em favor da candidatura do pastor Jefferson Barros à Câmara dos Deputados pela legenda.
Na semana passada, o Diretório Nacional do PSOL havia revertido uma decisão do Diretório Estadual da legenda em vetar a candidatura do pastor. Porém, segundo o jornalista Lauro Jardim, o PSOL do Rio ignorou a medida e não registrou o pastor como candidato. Segundo Jardim, Barros descobriu nessa quinta feira que sua candidatura não havia sido registrada.
A confirmação da não candidatura do pastor pelo PSOL veio após um polêmico embate interno no partido. O caso teve repercussão nacional quando o ativista gay e deputado federal Jean Wyllys afirmou que poderia desistir da reeleição caso o partido aprovasse a candidatura do pastor, que ele afirma ser um aliado político do pastor Silas Malafaia que estaria infiltrado no partido para tentar impedir sua reeleição no estado.
Wyllys chegou a publicar uma carta-aberta à direção nacional do partido, criticando o espaço dado pela legenda ao religioso. Afirmando que a candidatura do pastor pelo partido “causa espanto e indignação”, o deputado afirmou que “a candidatura de Jeferson Barros, está no contexto de um fenômeno mais geral: a inserção na política institucional pelo viés individual, particularista e carreirista, quando não de interesses escusos, sem a dimensão do público e sem o lastro de um histórico comprometido com a transformação social, com os princípios da organização popular consciente e da laicidade do Estado”.
Quando o diretório carioca do PSOL barrou inicialmente sua candidatura, Jefferson Barros recorreu à direção nacional do partido, que acabou por apoiar sua candidatura, e chegou a afirmar que iria recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), caso fosse necessário.
– Eu sou pastor, tenho ideologia socialista e por isso me filiei ao PSOL. Se precisar, entro com recurso no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e até com mandado de segurança para poder ser candidato pelo partido – afirmou o pastor na ocasião.
Agora, com a recusa do diretório estadual em registrar sua candidatura, restará ao pastor recorrer à Justiça, como havia afirmado anteriormente