A promoção da ideologia de gênero tem causado estragos na vida de milhões de pessoas. Uma delas é o transexual Andrea Long Chu, que no final do mês passado escreveu um artigo relatando seu arrependimento por iniciar a transição da chamada “mudança de sexo”.
Na prática, não existe mudança de sexo: o que existe é uma tentativa de adaptar a aparência do corpo físico à maneira como o indivíduo se enxerga “internamente”, isto é, psicologicamente, como “masculino” ou “feminino”, muito embora essa definição já tenha sido formada biologicamente desde o útero materno e, portanto, não possa ser modificada. A ideologia de gênero consiste justamente em negar essa realidade.
Andrea Long Chu percebeu que tentar modificar tal fato, iniciando a “transição de gênero”, apenas lhe trouxe mais sofrimento. “Na próxima quinta-feira vou ter uma vagina”, escreveu Chu no jornal The New York Times. “Isso é o que eu quero, mas não há garantia de que isso me fará mais feliz. Na verdade, não espero que isso aconteça”.
Chu estava ciente dos riscos, mas sua decisão, assim como a de milhares de pessoas em querer – tentar – se adequar ao seu “sexo psicológico” é justamente o resultado da promoção em massa da ideologia de gênero, que induz uma ideia distorcida acerca da própria sexualidade humana.
“A disforia [de gênero] é notoriamente difícil de descrever para aqueles que não a experimentaram”, escreve Chu, reconhecendo que sofre do que a psiquiatria classifica como um “transtorno da identidade de gênero”, que é a não aceitação psicológica do próprio sexo biológico.
Assim como muitos, Chu acredita que o tratamento com hormônios é uma medida paliativa, necessária, para quem possui “disforia de gênero”, e que por isso, mesmo sabendo que não há qualquer garantia de que a “transição de gênero” lhe trará felicidade, os profissionais devem corroborar com o desejo dessas pessoas.
Para especialistas que há décadas lidam com a disforia de gênero e são referências no mundo inteiro, como o Dr. Paul McHugh, Chu está equivocado! A saúde corrobora com o que trás alívio ao sofrimento humano e não o contrário. A ciência lida com a realidade e não com a ilusão, levando em consideração dados objetivos e não ideologias.
Isso foi confirmado pelo próprio Chu. “Eu me sinto bem pior desde que comecei a usar hormônios”, escreveu ele. “Sou uma região pantanosa de arrependimento. […] Eu não era suicida antes dos hormônios. Agora frequentemente [tenho esses pensamentos]”.
“Às pessoas fazem a transição porque acreditam que se sentirão melhor. Mas na verdade essa ideia está errada”, alerta. “Nada, nem sequer uma cirurgia me dará a simplicidade de ter sido uma mulher”.
Raízes da “disforia de gênero”
Por conta do grande ativismo ideológico e político promovido pelo movimento LGBT no mundo inteiro, pouco se fala das causas mais prováveis para o surgimento da disforia de gênero, assim como de muitos outros conflitos envolvendo a própria orientação sexual.
Segundo o testemunho de ex-transexuais, assim como autores das áreas da psicologia, psiquiatria e psicanálise, o transtorno de identidade sexual pode ser ocasionado como reação a traumas psicológicos, como a rejeição das figuras paternas e/ou materna; físicos, como o abuso sexual na infância; a falta de referencial ou mesmo influência de um dos pais no sentido contrário ao sexo de nascimento da criança.