A prisão do pastor Marcos Pereira na última terça-feira, 07 de maio, sob acusação de estupro de fiéis da Assembleia de Deus dos Últimos Dias (ADUD), e a revelação de que haveriam outras 20 acusações semelhantes, levou o deputado estadual Paulo Ramos (PDT) a discursar em sua defesa na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro na quarta-feira, 08 de maio.
Em seu discurso, Ramos afirma que a prisão do pastor é fruto de uma armação feita entre José Junior, líder do Afroreggae e adversário de Marcos Pereira, e os controladores das Organizações Globo. O deputado observou ainda que a atuação do pastor nas comunidades do Rio de Janeiro já foi de grande utilidade para o Estado, e que os governos já recorreram à influência do pastor para conseguir sucesso em ações nos morros e na finalização de rebeliões nos presídios cariocas.
Ramos questionou o motivo de a prisão ter sido feita pela Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) e não pela Delegacia de Proteção à Mulher, e disse ainda que as acusações contra o pastor foram feitas há mais de um ano, e nesse período não se apurou nada sobre os supostos crimes.
A fala do deputado destaca que a prisão ocorreu justamente num momento que a emissora da família Marinho teria cometido deslizes na cobertura do caso envolvendo o traficante conhecido como Matemático.
Outro ponto frisado pelo deputado, que foi apoiado por outros parlamentares em sua fala, é que as investigações mencionam um depoimento de Ana Madureira Silva, que seria ex esposa do pastor Marcos Pereira e o teria acusado de um estupro cometido após dez anos de casamento. Entretanto, o deputado Paulo Ramos observou que Ana Madureira nunca se divorciou do pastor, é a mãe dos filhos dele, e alega que nunca deu depoimentos à Polícia acusando seu marido de estupro.
Paulo Ramos e Marcos Pereira mantém um relacionamento de proximidade, e em julho de 2012, o pastor foi homenageado na Assembleia Legislativa a partir de uma iniciativa do deputado.
Assista à íntegra do discurso do deputado estadual Paulo Ramos (PDT) sobre a prisão do pastor Marcos Pereira:
Em seu blog, o deputado Paulo Ramos publicou um texto em que afirma que “brevemente o José Júnior estará completamente identificado, a sua ação esclarecida e as comunidades, que na verdade são vítimas desse programa [AfroReggae], seguramente vão aplaudir quando ele estiver afastado das políticas públicas do Governo, que seguramente não vão levar a lugar algum”.
Waguinho
O cantor e pastor Waguinho foi outro que alegou serem as denúncias fruto de uma armação contra o pastor. Em entrevista á rádio Melodia FM 97,5, o cantor e membro da ADUD ressaltou que as investigações contra Marcos Pereira ocorrem há mais de um ano, e nesse período, nenhuma prova foi levantada contra o pastor.
Waguinho destacou ainda que as acusações são apenas testemunhais, feitas por pessoas que eram membros da ADUD e se desligaram da denominação.
Em sua fala, o cantor destacou ainda que durante o tempo em que Marcos Pereira atua nas comunidades, ajudou a recuperar diversas pessoas que sofriam com dependência química.
Assista à entrevista de Waguinho à rádio Melodia FM 97,5:
Conversão
De acordo com informações repassadas por Marcelo Patrício, advogado de Marcos Pereira, ao portal Uol, em seus primeiros dias no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, o pastor já teria pregado a detentos e convertido alguns.
“Ele está tranquilo, pregando a palavra de Deus. Ele sabe que tudo na vida tem um propósito e disse que se Deus colocou ele lá, é porque alguém na prisão precisa da ajuda dele, é para ele ajudar. Ele está junto com os outros presos e já converteu alguns”, disse o advogado, que revelou ainda que Marcos Pereira está sendo mantido numa cela individual.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+